Pesquisar este blog

quarta-feira, 5 de julho de 2017

Canadá e seu novo sistema (ainda) caótico de imigração.

Aproveitando a facilidade, que comentamos aqui, de obtenção do visto canadense para aqueles que têm visto americano ou já estiveram no Canadá nos últimos 10 anos, e como eu estava na Flórida em maio, aproveitei uma promoção da Air Canada e viajei para Toronto para conhecer um pouco aquela cidade antes de ir para Nova York (de onde sairia meu voo para o Brasil).

* Foto de Sérgio Ricardo Cruz
O Visto foi facilmente conseguido através do site do governo do Canadá o qual me enviou o visto eletrônico quatro dias depois.

É engraçado verificar que o visto eletrônico que eles enviam é apenas para registro e arquivamento do requerente, pois em momento algum será apresentado na imigração canadense (mas isso não quer dizer que você não precise levar uma cópia de segurança).

O que ocorre é que o número do passaporte fica registrado no controle da polícia Federal canadense que controla as entradas de estrangeiros no Canadá e somente é preciso apresentar passaporte que foi registrado, sem precisar apresentar o visto eletrônico.

Mas, chegando ao Canadá, tive mais uma surpresa no aeroporto de Toronto: o sistema de imigração do aeroporto estava implantando um novo procedimento que, conforme informado por um passageiro, iniciara naquele mês. 

Esse novo procedimento era alteração da entrevista feita nas cabines de controle regulares por Totens parecidos com os caixas eletrônicos, similares aos ETA´s americanos.

Para quem já foi aos Estados Unidos já deve ter visto aqueles terminais eletrônicos em que os americanos ou países que mantêm participação no sistema Global entry (que já comentamos aqui quando o Brasil assinou o acordo com os Estados Unidos) utilizam para agilizar o atendimento de quem chega ao país. Pois bem, são terminais parecidos com esses que o Canadá passou a utilizar.

Entretanto, o que se via era, em vez de agilidade, um atraso significativo na liberação de quem chegava em Toronto. Por não oferecer a possibilidade de escolha, obrigando todos os que chegavam a utilizar essas máquinas, o que se via eram pessoas com dificuldade de compreender como os equipamentos funcionavam. E aliado a pouca quantidade de Oficiais para auxiliar quem tinha dificuldade, esse procedimento acabou por criar uma fila quilométrica.

Além disso, para quem pedia auxílio, na maioria das vezes os oficiais apenas "ressetavam" a máquina para reiniciar o processo, não dando nenhuma informação de como continuar o procedimento ou sequer intervir para auxiliar na conclusão do cadastro, chegando a, muitas vezes, encaminhar as pessoas para as cabines de controle antigas (que também já estavam com filas) para completar o procedimento.

Na verdade, o procedimento é muito simples, porém, requer atenção. Para quem solicitou o visto eletrônico canadense, chamado em inglês de ETA (em português, autorização de viagem eletrônica), precisa apenas confirmar os dados básicos, parecido com aquele formulário de papel que precisamos preencher para apresentar na Polícia de Fronteira de qualquer país.

O mais engraçado é que após escanear o passaporte e obter autorização impressa, você tem que ir para outra fila para que um oficial possa verifica se está tudo ok. E se estiver tudo certo, então você vai para outra fila para entregar o papel impresso e ir para o salão de recebimento de bagagens!

No meu caso, tive um pequeno problema, porque o meu passaporte válido é um e o meu visto americano válido estava em outro passaporte vencido. O terminal, tão logo apresentei o visto válido no passaporte vencido, imprimiu o documento com um enorme "X" pedindo para eu procurar um oficial. 

Qual não foi a surpresa eu ouvir do oficial que deveria enfrentar a fila para confirmar a impressão do documento e depois ir para outra fila para apresentar o formulário na saída e somente lá na saída é que eu iria para outra fila que dava acesso às cabines de controle regulares exclusivas para quem teve esse mesmo problema!

No final, deu tudo certo e a minha entrada o Canadá foi liberada. Todavia, acredito que seria muito mais efetivo permitir que as pessoas optassem por qual procedimento gostaria de fazer, pois vi muitos senhores de idade que demoravam muito nas máquinas. Possivelmente, estavam com vergonha de chamar o oficial. E quando chamavam o oficial, estes os encaminhavam para as cabines de controle. 

Não seria mais procedente permitir que as pessoas que não têm tanta afinidade com tecnologia pudessem optar pelo sistema antigo em vez de obrigá-las a lidar com o processo de migração diretamente com máquinas, apenas com objetivo de que eles, ao menos, tentassem entender o sistema?

Mas, certamente, no dia que fizerem os ajustes necessários quanto a esse tipo de escolha (se por cabine de imigração ou por máquina de registro de entrada), bem como nos procedimento excessivos de checagem - que, na minha opinião, apenas ocasionam filas - esse sistema vai agilizar - e muito - a liberação das pessoas que chegam no Canadá.

Nenhum comentário:

Postar um comentário

Caso seu comentário seja sobre alguma boa dica, envie para sergiomotacruz@gmail.com que será postada. Grato!